Com a idade avançada, ocorrem mudanças naturais como a redução do cérebro, que a cada ano diminui, em média 7 cm, com isso, há perda de neurônios pela morte celular, diminuição das ramificações das terminações nervosas, e diminuição de sinapses. Com a idade, também há alterações nas enzimas cerebrais, receptores e neurotransmissores. Há diminuição da acetilcolina e dopamina.
Há pesquisas científicas demonstrando que o cérebro de um idoso trabalha mais do que de jovens, com gasto maior de energias, utilizando-se de mais neurônios. O cérebro do idoso é vulnerável por utilizar mais áreas cerebrais para o exercício de uma atividade, mantendo a função cognitiva da idade.
O envelhecimento é normal quando caracterizado por um declínio progressivo das funções cognitivas, principalmente às funções da memória. Com a idade avançando o domínio cognitivo é reduzido drasticamente, trata-se da função executiva, como o comportamento intencional, independente e autoconservador, se preservada, a função executiva permite que o idoso administre seus problemas de saúde com maestria.
Contudo, também há melhorias com a idade avançada, como as habilidades, conhecimentos e vocabulário, permanecem estáveis e até melhoram. Há a manutenção da capacidade de reconhecer objetos e pessoas familiares, e percepção visual, que permanece estável ao longo da vida. Os idosos ficam a ficar melhor do que era ao longo da vida.
Portanto há grande variação no envelhecimento cognitivo de cada indivíduo, muitas vezes a queixa de memória pode ser determinada somente por uma incerteza dos fatos pelo envelhecimento natural ou de um processo inicial de um quadro demencial.
Há idosos que não possuem doença cerebral, porém apresentam diminuição cognitiva lenta que perduram anos, outros mantêm suas funções cognitivas equilibradas, podendo melhorar o desempenho de suas funções.
Portanto, qualquer reclamação ou sintoma relacionado à memória, percebido pelos familiares ou pelo idoso deve ser acompanhado por um médico especialista, que avaliará o idoso, com os exames laboratoriais e de imagem necessários, auxiliando na indicação de demências ou doenças reversíveis da memória.
Idosos que possuem doença cerebral podem apresentar diferentes sintomas clínicos. Pode haver ainda, alterações neuropatológicas associadas às demências em cérebros sem demência.
INFLUENCIAS PARA A MEMÓRIA
- Herança genética;
- Doenças cardiovasculares (diabetes, hipertensão, colesterol);
- Depressão;
- Déficit auditivo ou visual;
- Exposição a álcool/tabaco/drogas;
- Medicações para o sistema nervoso;
- Estilo de vida.
Para idosos com reserva cognitiva, que tenham tido uma vida regrada e saudável, há maior tolerância nas agressões neuropatológicas, antes que desenvolvam os sintomas de uma doença neurodegenerativa.
Assim, atividades intelectualmente estimulantes, físicas e sociais são associadas a maior reserva cognitiva, com menor risco de comprometimento cognitivo.
Também beneficiam as atividades cognitivas, como leitura, grupos de discussão, computador, jogos de cartas e tabuleiro, quebra-cabeças, instrumentos musicais e aprender outras línguas. Também há benefícios com os níveis mais altos de educação formal, complexidade ocupacional, coeficiente de inteligência, atividades de lazer, e engajamento social.
Portanto, uma vida saudável, controlando doenças crônicas, uma alimentação saudável, atividade física e engajamento em atividades sociais estimulantes favorecem um envelhecimento cognitivo favorável. Certamente bons hábitos poderão atenuar e postergar as doenças neuropatológicas.
DEMÊNCIA – PERCEPÇÕES
A característica inicial para determinar uma demência é a constância do esquecimento, como perda de objetos, confusão pontual com datas e horários, erros na administração das finanças, confusões com a utilização das medicações, dificuldade em repetir tarefas habituais como cozinhar.
ALZHEIMER x DEMÊNCIA
A doença Alzheimer, se trata de uma das formas da demência, caracterizada como doença da idade avançada, que atinge mais mulheres do que homens.
Sua incidência aumenta de forma drástica com a idade, duplicando as chances, a cada 5 anos, após a terceira idade.
O déficit de memoria recente/atual é a marca do Alzheimer, que ocorre nas fases iniciais da doença. Inicialmente, nota-se nos idosos a dificuldade de lembrar fatos recentes ou fazer a mesma pergunta inúmeras vezes.
Esta doença possui uma evolução em regra, lenta e progressiva, mas traz outras mudanças cognitivas como a dificuldade do idoso se localizar no ambiente familiar, de lembrar palavras ou nomes, e alterações de comportamento/humor como agressividade, agitação, entre outros.
Há outras formas de demência além do Alzheimer, mas cada uma se manifesta de uma maneira diferente, auxiliando na identificação do diagnóstico.
Para que o diagnóstico médico seja preciso, é fundamental que a família lhe informe todos os sintomas e reclamações do idoso. Apesar de não haver cura, há medicações que ajudam muito, atenuando a velocidade/progressão das síndromes demenciais. Com o diagnostico rápido, iniciando precocemente o tratamento, o idosos pode permanecer na fase inicial da doença, preservando sua independência e autonomia.